Este filme de culto instigante e bastante estranhíssimo de João Pedro Rodrigues, mostra-nos um jovem que trabalha num carro de limpeza urbana, e que possui uma relação bastante obsessiva com sexo e com sensações físicas em geral. Rodrigues trabalha num registro naturalista, o que talvez represente a sua principal força pois toda a estranheza possível exala do seu personagem. O filme é quase todo sem diálogos, e os poucos que possui não têm nenhuma importância. Isso porque o filme na verdade é um ensaio sobre a natureza animal do ser humano. Sérgio, o personagem, vive em constante estado de desejo, seja em relação a homens (mais comumente), com mulheres, com objetos, ou consigo mesmo. Ele não parece ter (nem desejar conseguir) qualquer controle sobre os seus sentidos. Nos primeiros planos do filme, ele comporta-se como um cão, e embora um pouco óbvia, esta imagem é bastante adequada.
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